sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Champagne para confortar minha saudade

Fotos por Pedro Miguel

Como escrevi na postagem “Enfim, férias ou Enfim, trabalho”, decidi ir a Reims (soa mais ou menos como “rãs”), na região de Champagne-Ardenne. Viajei na quarta-feira a convite de um colega de classe, que me ofereceu teto. Começo desastroso, final charmoso. Quem disse que é fácil chegar ao paraíso?

Na preparação, como sempre, deixei para arrumar minha mala tarde, por volta de meia-noite. Dormi às 3h para acordar às 6h30 e pegar o TGV (trem de alta velocidade) às 8h08. Resultado: ao sair de casa, às 7h30, confiro o bilhete novamente e vejo que, na verdade, o trem partiria às 7h58. Corri o máximo que pude para tentar chegar à Gare de l’Est a tempo. Cheguei às 7h58, mas TGV não atrasa (bem, é muito raro). Merde.

Catedral de Reims é mais bonita que a Notre Dame parisiense
Recebo reembolso de metade do valor pago, compro outra passagem. Parece que cheguei atrasado somente para poder comprar a última edição da Vogue francesa (Kate Moss na capa) para uma amiga. Infelizmente, não tinha a Playboy France para outra.

Após subir no trem, chego a Reims, que fica a cerca de 130 km de Paris, em menos de uma hora. Gente bonita nas ruas, um pouco mais frio que Paris (fazia 5ºC, sensação térmica de 0ºC) e uma belíssima catedral de Notre Dame (mais bonita que a homônima parisiense).

Pego minha câmera para fazer umas fotos e percebo que esqueci o cartão de memória. Putain. Compro um de 4 Gb por 15 € (R$ 40). Mais caro se comparado a Paris, mas, mesmo assim, mais barato que no Brasil.

 Vale a pena conferir os vitrais

Volta pela cidade, vinho em um restaurante e retorno para a casa do meu colega, com algumas Heineken e La Chouffe, excelente cerveja da Ardenne belga. No Xbox, Brasil perde para a França três vezes por placares elásticos. Oh, la vache !

No dia seguinte, após noite de poker e filmes franceses com os novos amigos rémois (gentílico para os nascidos em Reims), faço todo o tour obrigatório, passando inclusive pela basílica onde Clovis, o primeiro rei da França, foi batizado por Saint Remi.

Champagne

G.H. Mumm é fabrigado desde 1827

Mas o ápice da viagem foi minha visita ao G.H. Mumm, um dos mais charmosos champagnes, com uma história que remete ao século 19. O slogan é Seulement le meilleur (Somente o melhor), pelo padrão de qualidade exigido desde 1827, quando a marca foi criada. Também é a bebida oficial da Fórmula 1, o que, de certa forma, contribui para aumentar o prestígio.

Aproveito cada gotinha da degustação me perguntando quando teria a oportunidade de beber algo assim novamente. "Infelizmente, Pedro, é improvável". Na saída, vou ver os preços só para poder rir um pouco. De fato, ri bastante, mas de felicidade!

Havia degustado uma das versões mais caras do G.H. Mumm, o Brut Grand Cru. No Brasil, custa algo em torno de R$ 400, R$ 500. Em Reims, 42,50 € (R$ 100). Ah, como é bom comprar produtos diretamente ao fornecedor. Presente de ano novo para confortar minha saudade.

Meu conforto para o réveillon

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Um Natal francês

Primeiro Natal longe de minha família. Por outro lado, pude conhecer o modo francês de festejar a data, sem dança, cantorias e abraços à meia-noite, mas com Papai Noel, muito foie gras (fígado de pato), queijos, vinho e champanhe.

Convidado por uma colega de classe para passar o Natal com a família dela, eu aceitei de pronto. Não poderia desperdiçar a oportunidade de saber in loco como se comemora esse dia na França, apesar de já me terem falado bastante sobre isso antes.

Por volta das 20h30, chego a Massy, cidade da região metropolitana de Paris, e gosto do que vejo. Nada de ruas cercadas por prédios sufocantes, cheias de bares e restaurantes e com trânsito movimentado. O que vejo é um ambiente bem familiar e agradável. Casas grandes, muito verde, luzes e enfeites nas janelas...

Apesar da data especial, o silêncio impera. Nem sinal de músicas natalinas e muito menos de Simone entoando “Então é Natal...”. Pergunto-me qual era mesmo o número da casa, mas logo vejo a inscrição ao lado da campainha: Provasi. É, este não é um sobrenome francês, mas é a cara deste país multicultural.

Explico rapidamente: Minha colega tem avó italiana (razão do sobrenome Provasi), mas nascida na Argélia. Entre os filhos dela, já franceses, está o pai dessa amiga, cuja mãe é dinamarquesa. Vive la France e suas múltiplas origens.
Troca de presentes
 
A casa parece estar vazia, tendo em vista que, no Brasil, ouviríamos a gritaria e a música alta facilmente, mas a porta se abre logo após o primeiro toque da campainha. Ao entrar, vejo mais de dez pessoas que conversam e brincam sem muito alarde e com muito menos álcool.

Após risos e conversas amenas, nós nos sentamos à mesa. Isso mesmo, bem antes de meia-noite. A ceia de Natal é um verdadeiro ritual, o ápice da gastronomia francesa e das regras de etiqueta. Entrada, muita conversa; Prato principal, ainda mais conversa; Queijos, mais risos e conversa; Em seguida, sobremesa acompanhada de conversas diversas. Então, já passara de meia-noite e nada de abraços, cantorias e declarações de amor fraterno. Muito diferente.

Terminada a ceia, chegou a hora do pai de minha colega se vestir de Papai Noel. Ele nunca havia feito isso, foi um esforço a mais pela pequena sobrinha-neta. Foi tão sincero, vi que havia realmente um bonito sentimento ali. Eu poderia escrever umas três páginas somente sobre esse belo momento.

"Você vai ser boazinha?"
 - Você vai ser boazinha no próximo ano?

- Sim.

- Pergunto isso porque me disseram que você vai para o canto, às vezes. Você vai ser boazinha?

- Sim, responde a garotinha, que parecia sentir um misto de medo, surpresa e felicidade.


Com a partida do Papai Noel, percebi que ápice do momento fraterno começava ali, e não necessariamente à meia-noite. Trocas de presentes, belos agradecimentos e, finalmente, música. Bem baixinha, somente para animar um pouco o ambiente. Música brasileira, tentativa de dançar samba. Não conseguiram, claro, mas fiquei feliz em ver como se divertiram. Ainda ganhei uns caramelos e cremes do Mont Saint-Michel, na região da Bretanha. Uma delícia, por sinal.

E a melhor parte viria na chegada em casa: como diz uma amiga brasileira, “moramos no futuro”. Com a diferença de fuso-horário (quatro horas a mais), cheguei em casa a tempo de festejar o Natal com minha família e amigos, pelo Skype. Mais de três horas de brindes, dança, fotos, saudades e “vontade de ter dar um abraço”.

Um Feliz Natal.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Enfim, férias ou Enfim, trabalho

Ça y est, c’est les vacances !

Férias de inverno, em Paris. Nada de aulas até o ano novo. Nós chamaríamos de “um breve recesso”, mas os franceses ficam loucos com essa quinzena livre. Para mim, as coisas não mudam muito. Vejo os colegas partirem para os mais variados destinos (Espanha, Suíça, Alemanha, Zimbábue, Ilha da Reunião, Lyon...), e fico. O lado bom: o primeiro trabalho!

Após eu espalhar aos quatro ventos que gostaria de trabalhar durante as férias, uma colega de classe pergunta se eu faria um babysitting. De pronto, digo que sim. A tarefa era simples: os pais de dois garotinhos de 2 e 5 anos queriam sair para divertir e precisavam de alguém para cuidar dos pequenos no período de ausência (entre 20h e 1h deste sábado, 17).

Ganhar 40 euros (100 reais) para ler um livro e começar outro, conversar com amigos pelo Facebook, comer biscoitos com suco de pêra e praticar compreensão oral de francês assistindo às notícias do mundo, tudo isso enquanto as crianças dormem. Fácil como “encabular as amigas com comentários sobre sambinhas”.

Cave na região de Champagne-Ardenne
Os pais ainda me agradeceram. Pensei: - Rapaz, desse jeito, trabalharia todo dia para vocês. Disse: - Obrigado pela confiança.

Para aproveitar o dinheirinho extra, vou a Reims, na região de Champagne-Ardenne, para visitar umas caves e beber... champanhe! Desculpe-me, caro leitor, a vida fácil de estudante tem dessas coisas difíceis, às vezes.

Mais informações sobre Champagne-Ardenne: http://www.tourisme-champagne-ardenne.com/

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

I’m Rick Perry, the governor of Texas


Completei três meses de Paris, ontem. A vida continua bem mais ou menos, com tanta coisa para estudar, trabalhos para fazer etc. No entanto, hoje, tive uma grande alegria. Meu inglês está longe de ser bom, mas eu, Rick Perry, consegui ser eleito presidente dos Estados Unidos. Explico: tive a melhor nota em uma simulação de debate presidencial americano, na aula de inglês.

Obviamente, sempre estou em desvantagem com relação aos franceses, nos cursos. Desta vez, com todos falando um idioma estrangeiro, a competição foi mais justa.

Precisávamos preparar um discurso de apresentação sobre as principais propostas de nossos candidatos (Barack Obama, Mitt Romney, Rick Perry, Herman Cain, Ron Paul, Rick Santorum, Michele Bachman, Newt Gingrich, Jon Hunstman e Sarah Palin, que não está mais na disputa) e, em seguida, responder perguntas de jornalistas, que também eram estudantes.

Apesar de meu candidato ser bastante impopular (propostas polêmicas, gafes, foi vice-governador de George Bush Jr...), o escolhi porque, apesar de tudo, ele é engraçado. E acho que isso foi importante. Papo de político, mais algumas frases de impacto e outras para fazer as pessoas rirem. Tendo em vista que os jurados eram, na maior parte, americanos, tanto republicanos quanto democratas, fico feliz por ter conseguido agradá-los.

Fiquei com bastante vergonha, pois fui o único homem que vestiu terno. Depois, quando uma jurada americana disse: “Hey, you look pretty handsome. A real candidate”, relaxei.

Tinha uma vantagem e a usei bem. Ganhei por causa do terno.

Trecho do meu discurso:

“Americans are fed up with this government. They want a solution and that’s what I offer: less regulation, less litigations, less taxation. I’ll implement a 20% flat tax on income and companies to make Americans file their taxes on a postcard like this (mostro um cartão postal)”.

Entenda:

Rick Perry: 20% income flat tax

P.S.: Peço desculpas pela ausência de postagens por um mês. Realmente, está mais difícil encontrar um tempinho para isso, mas vou tentar estar mais presente. Ao menos uma postagem por semana.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dois meses em Paris


Hoje, faz dois meses que estou em Paris. Pois é, o tempo está passando rápido e a paisagem mudando. As máximas de 30ºC, de agosto e setembro, se tornaram de 15ºC, nos dias mais quentes desta segunda quinzena de outubro. Vi o gramado da Cité U congelado, sexta-feira e sábado, e tive medo dos -10ºC que me aguardam, no inverno.

Dois meses já foram o suficiente para minha lista no Facebook ganhar mais de 80 contatos; para eu assistir à final da Copa do Mundo de Rugby com saudade do futebol e da cerveja gelada, aos domingos; receber boas notícias (irmão consegue estágio, amigos passam na OAB) e más notícias (uma prima diz até logo); para minha sobrinha crescer ainda mais e me deixar com o coração na mão, ao mandar tchau pela webcam (daqui a pouco, vai poder chamar o Tonton).

O frio ajuda a dar uma melhorada no visual
Com pouquíssimo dinheiro, tenho aprendido a me virar. Semana passada, consegui minha maior proeza: gastar apenas 15 euros (cerca de 40 reais). Para quem gastava muito mais apenas em um final de semana, me tornei um especialista das compras baratas de supermercado, da gastronomia improvisada e das festas espertas.

Hoje, meu “presente” foi uma primeira prova oficial, na faculdade: Gestão de Recursos Humanos no Exterior. Nada atrativo, mas há algo de interessante para quem sonha em dirigir a comunicação de uma multinacional.

Pelas palavras de preocupação dos colegas de turma, após a avaliação, acredito que estou na mesma situação (Excelente, para um estrangeiro!).

Meu nível de francês também está melhorando bastante. São diversas palavras e expressões novas, como bouffer (gíria para comer), bon aprem’ (bon après-midi, que é como “boa tarde”) e machin (algo como fulano), além de outras que não posso citar aqui.

Para melhorar, só falta conseguir um empreguinho e garantir o estágio de final de curso.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nota 80 no Enade


Descobri, hoje, o resultado da minha prova de 2009 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que avalia o rendimento dos alunos em cursos de graduação de instituições de ensino superior brasileiras. 79,7, mais de dez pontos acima das médias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde estudei, e até do Brasil.

Inicialmente, esse resultado me deixa feliz, pois mostra, em parte, que tive uma boa formação. Por outro lado, lembro da quantidade de pessoas vão fazer essa prova desmotivadas, pensando apenas na obrigação.

De qualquer forma, tendo em vista que 75% dos formandos da UFRN tiveram rendimento inferior a 67,1 e, no Brasil, esse número cai para 60,1, tenho mais é que comemorar mesmo. No mais, acredito que essa ainda não é a melhor forma de avaliar os cursos superiores, mas é um avanço se compararmos ao antigo Exame Nacional de Cursos, o “Provão”.

Podem dizer que estou saindo do propósito do blog, mas isso mostra o quanto uma boa formação pode ser importante, até porque esse resultado contribui para aumentar o prestígio da instituição onde estudamos.

Informações completas sobre o Enade nos links abaixo:

domingo, 9 de outubro de 2011

Transporte público e vida de estudante


Metrô - Paris tem uma das maiores redes de metrô do mundo, com mais de 200 km distribuídos entre 14 linhas mais dois “puxadinhos” (3bis e 7bis). Ao todo, são 301 estações em uma cidade relativamente pequena. Com isso, em qualquer ponto da região intra-muros, há uma estação em no máximo 500 metros de distância.

Mapa da rede de metrô, RER e tramway, em Paris
RER - Além disso, ainda conta com uma rede de trens expressos chamada de RER (Réseau express regional), com quase 600 km de vias, das quais em torno de 70 km na área chamada de intra-muros.

Tramway - Outro meio de transporte bastante utilizado, o "Tram” é chamado no Brasil de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). São quatro linhas com mais de 40 km de linhas.

Autobus – Também tem mais de 351 linhas de ônibus, que são daqueles rebaixados e mais parecem trens, pela pontualidade e conforto.

Noctilien - Na madrugada, quando as opções anteriores não estão disponíveis, existem os Noctiliens, ônibus noturnos que circulam até o início da manhã.

Todo esse universo fica disponível para os estudantes com menos de 26 anos por uma taxa anual de 306,50 euros (em torno de R$ 750,00), valor pago pela carte Imagine R. Isso quer dizer que, para se deslocar à vontade pela região central de Paris durante um ano, um jovem precisa desembolsar R$ 62,50 por mês. É ridiculamente barato.

Como se isso já não bastante, nos finais de semana, feriados e férias escolares, é possível utilizar toda a rede na região onde Paris se localiza, que se chama Île de France.

Acha bom? Ainda tem mais: na compra de um menu "Best Of" do McDonald’s (ou McDô, como eles dizem aqui), que é a McOferta, no Brasil, basta apresentar o cartão de transporte e pagar mais 1 euro para ganhar mais um sanduíche.

Essa despesa dá uma aliviada no orçamento apertado de um estudante em Paris.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ajuda para quem pretende estudar na França

A pedido da agência CampusFrance, que é vinculada ao Ministério de Relações Exteriores francês e promove o ensino superior daquele país no Brasil, elaborei um texto e um vídeo sobre minha experiência.


Se vocês que têm interesse de estudar na França conseguirem esquecer os "é...", "hum..." e gagueiras, poderão ter algumas informações interessantes. Talvez minha contribuição possa ajudá-los a elaborar um projeto interessante.

Abaixo, copio o texto que está disponível no seguinte link: http://www.bresil.campusfrance.org/node/44308.

José Pedro Miguel Neto, 24 anos, formado em Comunicação – Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, cursa o segundo ano de Mestrado (M2) em Management de la Communication, no Celsa, escola vinculada à Universidade Paris-Sorbonne (Paris IV). “Eu já trabalhava neste projeto há bastante tempo e conseguir ser aprovado foi uma grande realização, principalmente por estar estudando nesta que, talvez, seja a melhor faculdade de Comunicação da França.” 

“No mais, fui muito bem recebido, tive todo o auxílio para resolver a parte burocrática e, assim, estou conseguindo aproveitar bastante minha estada em Paris. A estrutura da faculdade é excelente, o nível das aulas me surpreende todos os dias e tenho certeza do quanto essa experiência será importante, não somente no que diz respeito ao meu percurso profissional, mas também para meu aprendizado como pessoa. Por outro lado, mesmo que a vida em Paris seja cara, a relação custo-benefício é excelente. O valor da inscrição para um ano de estudos, já incluída a Sécurité Sociale, foi de, aproximadamente, R$ 1 mil. Para fazer uma rápida comparação, em uma universidade pública de São Paulo, um curso semelhante custaria R$ 16 mil. Além disso, vale a pena ressaltar que a qualidade do ensino superior francês é mundialmente reconhecida.”

sábado, 1 de outubro de 2011

Minhas 24h de desespero


Imagina qual é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa que já está mal no exterior? Perder o passaporte. E eu perdi o meu, na quinta-feira (29).

Sem esse documento que, no meu caso, o único reconhecido para fins oficiais, eu estava perdido. Já sem dinheiro, precisaria ir à polícia registrar a perda, comunicar o Consulado-Geral do Brasil e solicitar um novo, que custaria R$ 400 e poderia ter prazo de validade reduzido.

Eu pensava sobre onde poderia tê-lo perdido e no quanto havia sido irresponsável. Vasculhei todo o quarto e tive a certeza de que devia ter sido no metrô ou no RER (trem rápido da região de Paris). Fui até um guichê da empresa responsável e, após uma consulta sobre os documentos encontrados durante o dia, a atendente responde: - Sinto muito, mas não está nos nossos registros. Volte amanhã, talvez entreguem logo cedo.

Como se não bastasse todo esse nervosismo, eu ainda tinha uma entrevista no dia seguinte. Pela manhã, consultei novamente na estação e nada. Resolvi ir à seleção assim mesmo. Já poderia prever. Apesar de terem gostado do meu perfil, só poderiam dar continuidade ao processo com esse documento, razão pela qual terei de tentar novamente no próximo mês.

Na volta para casa, já contavam 24h que eu estava sem passaporte. Após verificar se o haviam encontrado aqui na Cité Internationale Universitaire de Paris, onde moro, e receber uma resposta negativa, me conformei. Voltei para casa para refletir e pensar em uma solução.

Abro meus e-mails “et voilà” :

“Bom dia,

Seu passaporte foi encontrado no RER.

Agora, está no Pavilhão Administrativo da CiuP, logo na entrada. O senhor pode passar lá ainda hoje, até as 19h, ou recuperá-lo, a partir de amanhã, no posto de segurança”.

Meu Deus, que alívio. Fui correndo pegá-lo com um grande sorriso e certo de ter aprendido a lição.

domingo, 25 de setembro de 2011

O verão ainda não acabou



Piquenique de boas-vindas da Universidade Paris-Sorbonne
Este foi um típico final de semana de verão, o que seria normal se não estivéssemos no outono. Segundo o site Meteo-Paris, situações parecidas aconteceram duas vezes nos últimos dez anos. Ótimo para mim e para os parisienses, que não podem ver sol.

Minha primeira visita, Anastácia
Assim, não poderia haver ocasião melhor para receber minha primeira visita. Anastácia – ou Tacinha – que estudou comigo na UFRN e é uma das minhas queridas, veio de passagem a Paris (Priscila Adélia, agora espero por você).

Fiquei muito feliz. Aproveitamos que haveria um piquenique de boas-vindas aos estudantes da Universidade Paris-Sorbonne e nos juntamos a outros brasileiros para fazer aquela farofada (sem farofa e frango, infelizmente) no Champ de Mars. Também tínhamos três poloneses, um francês e um espanhol, no grupo.

Como bons brasileiros, fomos os últimos a sair de lá e ainda fomos dar uma volta na borda do Sena, depois. Passeio ótimo e, sobretudo, econômico. Viver aqui com pouco dinheiro está mudando meu ponto-de-vista sobre muitos gastos desnecessários.
 
Vida parisiense

Por falar nisso, é impressionante como os parisienses (ao menos os que conheço) tentam economizar em tudo. Estudantes gastam muito menos que brasileiros. Por exemplo, dizem que um almoço de 4, 5 euros já é caro, lembrando que não vale a pena fazer conversão. É preciso pensar como se fossem R$ 5.

São muito diferentes de nós, brasileiros. As meninas da faculdade preferem cozinhar em casa e vejo praticamente todas comerem salada e frutas todos os dias. Quando lembro que, em Natal, se alguém come salada, as pessoas já perguntam “Vai comer só isso?!”...

Bonita história

Anastácia veio a Paris de passagem. Na verdade, o destino final de minha amiga era a Coréia do Sul, onde ocorrerá o casamento do irmão mais novo dela. Adoro contar isso, acho muito bonito.

O irmão conheceu a mulher, uma coreana, durante intercâmbio na Nova Zelândia. Ela deixou a família do outro lado do mundo e foi morar com ele em Natal, onde se casaram. Agora, é a vez de a cerimônia ser realizada no país dela. História de cinema.

domingo, 18 de setembro de 2011

Paris da Bahia

Brasileiros tomaram conta das ruas - Crédito: Pedro Miguel
A brasileirada tomou conta de Paris e a tornou uma filial da Bahia, hoje. Em sua décima edição, o “Lavage de la Madeleine” teve início na Place de la République e um cortejo de milhares de pessoas seguiu por um percurso de quase 4 km até as escadarias da Igreja da Madalena, onde Carlinhos Brown puxou a lavagem.

Vendo a quantidade de pessoas que circulavam pela rua falando português com os sotaques mais diversos, eu pensava o tempo todo: - Que país conseguiria fazer algo assim, por aqui? Nós somos demais mesmo.

Rolou de tudo. Desde maracatu, batucada, bumba-meu-boi e axé, até um “Je ne regrette rien” nonsense em salsa. Bandeiras do Brasil tremulando; Brahma, Guaraná Antarctica e coxinhas, nas mãos das pessoas; e franceses curiosos com tudo que acontecia.


Que domingo excelente. Foi um grande carnaval.
 
Colegas brasileiros e eu (esquerda)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sobre o Celsa, escola onde estou estudando


“Nome mais comum na boca dos recrutadores”, segundo o site L’Etudiant, o Celsa (Ecole des hautes études en sciences de l’information et de la communication) é uma grande école de Informação e Comunicação vinculada à Universidade Paris-Sorbonne. Existente desde 1957, forma mais de 800 profissionais todos os anos e oferece desde cursos mais voltados para pesquisa (mestrado acadêmico e doutorado) àqueles com mais foco no mercado, nas áreas de jornalismo, publicidade, marketing, gestão e recursos humanos, por exemplo.

Divide a elite do ensino superior francês em Comunicação com a Sciences Po, que também oferece ótimas formações no setor. Esse estatuto facilita a obtenção de um estágio no final do curso (são oferecidas cinco vezes mais vagas que a quantidade de alunos, todos os anos) e cerca de 85% dos estudantes conseguem emprego até dois meses após formados, de acordo com L’Etudiant. As médias salariais ficam entre 2.000 e 2.500 euros para essa primeira experiência.

Apesar de vinculado à Paris-Sorbonne, o Celsa é autônomo em diversos aspectos, inclusive no que diz respeito ao prédio, localizado em Neuilly-sur-Seine.  A estrutura faz brilharem os olhos de um potiguar vindo do ensino público brasileiro. Equipamento de som em todas as salas, portas automáticas e laboratórios de informática com Macs à disposição dos alunos são alguns dos exemplos.


Ensino de excelência, tradição, baixo valor de inscrição e quantidade limitada de estudantes por turma (em torno 25) são fatores tornam o concurso de entrada extremamente difícil. Como citei na postagem "Finalmente, inscrito!", a seleção é formada por uma prova escrita e uma entrevista.

Se, na França, o nome Celsa no currículo “desenrola um tapete vermelho”, como diz Pierre-Marie de Berny no artigo do L’Etudiant, no Brasil, o “Sorbonne” não faz feio, acredito. Com os dois juntos, até São Pedro deve garantir um lugar para esses profissionais.

Para estrangeiros (sorte a minha e a de vocês também), existe o procedimento CampusFrance, por meio do qual existe apenas a análise de dossiê e uma entrevista realizada no Brasil mesmo. O nível de francês exigido é o C1 do Quadro Comum Europeu de Referência.

Dica dada, desejo boa sorte para aqueles que escolherem essa escola, pois eu e a Luciane já estamos muito bem, obrigado.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Celsa e comida. Falta a roupa lavada


Passei por dois grandes desafios, hoje. O primeiro foi minha primeira aula no Celsa, onde está reunida parte da elite da Comunicação francesa. Em seguida, na volta para casa, tentar cozinhar também pela primeira vez em minha vida (sim, eu só SABIA fritar ovos).

Na faculdade, minha responsabilidade é muito grande. Para poderem entrar no Celsa, os franceses passam por um concurso muito difícil feito em duas etapas: prova e entrevista. A maioria fica pelo caminho. Eu, que entrei na escola por um processo simplificado, pelo CampusFrance, me sinto na obrigação de trabalhar ainda mais e mostrar minha capacidade.

Recepção para o período 2011-2012. Crédito: Pedro Miguel
Após uma rápida recepção no auditório principal (foto), juntei-me à turma com a qual conviverei durante um ano, no segundo ano do master Management de la Communication.

Apresentado o programa do curso, que tem uma carga horária pesada para apenas seis meses, 436h30 (é, nem meia-hora quiseram deixar de lado), tivemos nossa primeira aula.

Confesso que isso me deixou preocupado. Além da longa jornada, do que não tenho medo, vai ficar muito difícil conseguir um emprego (com visto de estudante, podemos trabalhar em torno de 20 horas semanais). Veremos.

O professor, o estadunidense Donovan Hawker, falou um pouco sobre como deve pensar um gestor da Comunicação no contexto global atual e, em seguida, propôs uma dinâmica já bastante conhecida: - apresentar um colega a um possível empregador. Isso eu tiraria “de letra”, em português; em francês, seria razoável; mas ele já falou tudo isso em inglês. Eu já sabia que haveria algumas disciplinas na língua inglesa, mas não estava preparado para ouvir isso já no primeiro dia.

Bem, mas tudo ocorreu da melhor forma possível. A vergonha passou quando fui à frente, e me senti como se estivesse em casa. Essa é a sensação: estou quase em casa. Fiz essa dinâmica com uma garota chamada Sophie, bastante simpática e com uma família que é bem a cara da Europa: pai vietnamita, mãe francesa, avós italianos e macedônios.

Vai para a cozinha, rapaz

No mais, o dia foi divertido, mas bem cansativo. Cheguei ao Celsa às 10h (me atrasei meia hora por problemas no metrô) e voltei já eram quase 20h. Ao retornar, ainda precisei cozinhar, coisa que nunca havia feito nestes 24 anos de vida. É uma vergonha, e a vergonha era uma das razões para que eu não tentasse.

Adiei um pouco essa tentativa, mas me orgulhei do resultado. Na de mais, só macarrão com molho pronto e filé de frango frito, mas ficou bem gostoso. Me empolguei para continuar, até porque sai bem mais barato.

Falta lavar a roupa, mas ainda bem que, para isso, aqui tem máquina...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

De vinhos e piqueniques parisienses

Vinhos e piqueniques são instituições das mais importantes para os franceses. “Quand il fait beau”, os parques lotam e todos se espalham pelos gramados com seus comes e bebes (muitas vezes, mais bebes que comes). Ontem, fui a um desses no Jardin des Tuileries, em frente ao Museu do Louvre e com essa triste vista para a Torre Eiffel.

Eu (de amarelo) em piquenique no Jardin des Tuileries
Estavam comigo três franceses, duas venezuelanas (uma fez a foto), um japonês, um colombiano, uma russa e um tcheco, porque Paris é assim, uma linda Babel.

Meu primeiro dia de aula é amanhã, estou bastante ansioso. Quando voltar, à noite, conto como foi.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Amor para sempre"

Priscila e Marco
29 de julho de 2002
Amor para sempre

Em meio aos milhares de cadeados colocados por amantes na Pont des Arts (Ponte das Artes), em Paris, um vermelho me chama atenção. Os nomes de Priscila e Marco já figuram naquela passagem de pedestres que atravessa o rio Sena e dá acesso ao Louvre há quase dez anos.

Priscila e Marco continuam unidos. Crédito: Pedro Miguel
A paisagem é das melhores. Torre Eiffel ao longe e, também na margem esquerda Sena, mais próximo, o Museu d’Orsay. À direita, o Museu do Louvre, e, atrás, a Île de la Cité, onde está localizada a Catedral de Notre Dame.

O romantismo desse ambiente atrai casais do mundo todo que, ali, trocam juras de amor e selam seu compromisso prendendo um cadeado na ponte. São tantos, que sentei e parei para pensar: - Nossa, quantos desses casais já não estão mais juntos?

Será que o amor de Priscila e Marco era mesmo para sempre? Você os conhece? Posso não descobrir isso, mas de uma coisa sabemos: os dois continuarão juntos na Pont des Arts.

Qu’il est fou l’amour.
Oui, il est fou,
Mais je m'en fous.
Moi aussi, je voudrais y accrocher mon cadenas d’amour
Et penser que c'est pour toujours.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Finalmente, inscrito!

Após algumas tentativas mal-sucedidas, consegui, hoje, me inscrever na universidade. Pois é, não foi tão simples.

Em minha primeira tentativa, na semana passada, descobri que precisaria preencher um dossiê de primeira inscrição antes de ir à Paris-Sorbonne, mas ninguém me havia contado isso.

Maison du Cambodge, na Cité U, em Paris. Crédito: Pedro Miguel
Voltei para casa (sim, posso chamar a Maison du Cambodge [foto] desse jeito, este ano) decepcionado. Então, agendei outro dia para deixar a documentação, acordei cedo e, na hora de sair, percebi que não havia comprado dois envelopes indispensáveis e feito cópias de documentos. Mais uma vez, não deu certo.

Depois disso, uma colega de São Paulo, Luciane, me disse ter acontecido a mesma coisa com ela, mas que a entregaram DOIS dossiês, e não um, como no meu caso. Eles não me dizem, primeiro, que seria necessário apresentar esse danado desse formulário e ainda me entregam o negócio incompleto?! Bufei de raiva, mas decidi ir lá assim mesmo e tentar resolver tudo antes do início das aulas, na segunda-feira (12).

Ao chegar à universidade e falar com a mesma menina que me deu apenas um dossiê, conto para ela sobre minhas inquietações. Ela diz que lamenta, mas que, realmente, o outro formulário será necessário.

- Como? Aqui diz que preciso da assinatura do meu orientador, mas meu mestrado é profissional, ainda não tenho orientador – replico.

- É, mas esse documento é indispensável, no caso dos mestrados.

- Então, quer dizer que vou precisar ir até o Celsa (minha faculdade), pegar a assinatura da diretora e depois procurar um orientador para, só em seguida, conseguir fazer minha inscrição? (riso sacana)

- Espera um pouco... – diz ela, que chama uma pessoa para ajudá-la. – É, para o Celsa não é mesmo necessário, desculpa.

- Ufa, que alívio.

Absurdo de caro

Depois desses contratempos, consegui fazer minha inscrição, paguei a taxa e recebi minha carteira de estudante (foto).


E sabem de quanto foi o valor ABSURDO de minha inscrição para um ano de estudos? Pasmem: 452,57 euros, o que dá 1.086.00 reais (1 euro x 2,40 reais). Esse é o mesmo valor pago pelos franceses por cursos de mestrado e, certamente, é um dos mais baixos da Europa e do mundo. Ou seja, vou fazer um mestrado profissional (equivalente a uma especialização) na melhor faculdade de Comunicação da França pagando a bagatela de R$ 1.086,00.

Sabem o porquê desse valor? Todas as universidades francesas são públicas, e o Governo “banca” em torno de 10 mil euros por estudante, não importa a nacionalidade. Além disso, vale a pena ressaltar que, no valor citado por mim, ainda está incluída a Sécurité Sociale (Seguridade Social). A melhor palavra para tudo isso é PE-CHIN-CHA.

Para se ter uma ideia, pesquisei quanto custaria uma especialização semelhante na Universidade de São Paulo (USP). Simplesmente, 20 parcelas de R$ 800,00, um total de R$ 16 mil (Para não dizerem que estou mentindo: http://sites.google.com/site/gestcorpespecializacao/o-curso). Somando-se isso aos gastos para morar em São Paulo... Bem, não preciso avançar.

Mais informações sobre os custos da educação superior francesa podem ser encontradas aqui: http://www.bresil.campusfrance.org/node/6579. Mais à frente, dedicarei uma postagem às despesas mensais para uma vida na França.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Porque RU é Resto U, na França

É... Restaurante universitário parece ser a mesma coisa por essas terras parisienses. O nome muda para restaurant universitaire e o apelido para resto (lê-se restô) U, mas a minha primeira experiência mostrou que são iguais.

O preço (3,05 euros), em uma cidade na qual uma refeição completa não sai por menos de 10, 12 euros, atrai bastante. Outra brasileira e eu decidimos experimentar a comida aqui na Cité Internationale Universitaire de Paris (CiuP).

Foto: Maison Internationale, onde está localizado o Resto U da CiuP. Crédito: Pedro Miguel


Na fila, nos perguntamos se seria necessário apresentar a carteira de estudante, pois ainda não a temos. Prontamente, uma menina que nos ouviu falar português nos surpreende dizendo: - Nada – coloca os restos de comida no cesto sem olhar para nós –, qualquer coisa é só mostrar o passaporte, conversar direitinho... O jeitinho brasileiro está em qualquer lugar.

Fomos seguindo a multidão, já que não sabíamos bem como funcionava por lá. Pagamos, e a senhora do caixa nem sequer nos perguntou se éramos estudantes, se preocupou apenas em nos dizer que poderíamos escolher dois itens (entrada e sobremesa). Parece bonito pela ideia de entrada e sobremesa, mas era apenas salada, iogurte ou fruta. Fomos de iogurte e fruta.

Depois, mais à frente, um senhor, extremamente impaciente, nos pergunta “Poulet ou ‘stack’¹ (Frango ou bife?)”. Ambos escolhemos bife, e nos arrependemos. Estava queimado. Em seguida, ele coloca no prato legumes e batata frita. Pensei: - Cadê o arroz ou macarrão, sei lá? Sério, que é só isso? Era só isso mesmo.

Nos sentamos e começamos a conversar amenidades. Marcela, que me acompanha, diz que não aguenta mais comer a salada, que estava insossa. Falo para ela, então: - Melhor comida ruim do que ficar com fome, depois. Comi tudo.

1. Estava escrito assim mesmo, mas, em francês, se usa steak ou bifteck, versão afrancesada de beef steak.

Aprender francês

Para aqueles que desejam, um dia, estudar na França, aprender francês é um pré-requisito básico, já que são muito poucos os cursos ministrados totalmente em inglês, em comparação àqueles no idioma nativo.

Não quer aprender francês? Odeia fazer biquinho e aqueles “rrr” que arranham a garganta? Complica um pouco, mas ainda é possível. No CampusFrance, uma agência do governo francês voltada à promoção do ensino superior de lá, você poderá consultar uma lista dos cursos disponíveis: http://www.campusfrance.org/en/node/5737.

Há, sobretudo, bons mestrados, MBAs, doutorados e pós-doutorados na língua inglesa. Inclusive, a Sciences Po Paris, grande escola responsável pela formação de grande parte dos mais importantes políticos e jornalistas franceses, tem diversos cursos dessa forma. Entre as personalidades formadas nessa instituição, estão os ex-presidentes François Mitterrand e Georges Pompidou, a senadora colombiana Íngrid Betancourt, alguns ex-primeiros ministros franceses e até o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Caso decida encarar o “biquinho”, saiba que não é tão duro. Como é um idioma de origem latina, assim como o português, aprender a ler e escrever um pouco em francês pode ser bem fácil. Conheço um brasileiro que estudou um ano como autodidata e conseguiu passar.

Isso do conhecimento exigido vai depender bastante da universidade que você escolher. Normalmente, as instituições exigem nível B2 ou C1 do Quadro Europeu Comum de Referência (QECR), que são aqueles chamados de “avançados” pelas escolas de idiomas.

Por outro lado, não é preciso se desesperar. Normalmente, instituições de cidades menores ou até as universidades menos famosas de Paris chegam a aceitar o B1 (intermediário), por exemplo. No entanto, para conseguir acompanhar bem os estudos e se comunicar sem problemas na França, aconselho o B2, no mínimo.

Amanhã, vou fazer minha inscrição da Universidade Paris-Sorbonne, então, no sábado escreverei uma postagem sobre quanto se paga para estudar em uma instituição de ensino superior francesa, bem como o custo de vida e as oportunidades de bolsa. À bientôt ! Até logo!

Chegada

Olá!

Este aqui é um despretensioso blog onde vou escrever sobre as experiências vividas por mim, Pedro Miguel, aqui, em Paris. Cheguei há exatamente duas semanas, no dia 24/08, para estudar no Celsa, uma grande escola de Comunicação vinculada à Universidade Paris-Sorbonne (mais à frente explicarei como o que são essas instituições e como foi a seleção).

Potiguar da cidade de Natal, eu nunca poderia imaginar, alguns anos atrás, que poderia chegar até aqui, mais uma razão para eu compartilhar essas experiências com outras pessoas interessadas em estudar na França.

Desde já, agradeço a visita e espero que meus textos possam despertar o interesse de vocês.