Após algumas tentativas mal-sucedidas, consegui, hoje, me
inscrever na universidade. Pois é, não foi tão simples.
Em minha primeira tentativa, na semana passada, descobri que
precisaria preencher um dossiê de primeira inscrição antes de ir à
Paris-Sorbonne, mas ninguém me havia contado isso.
Voltei para casa (sim, posso chamar a Maison du Cambodge [foto]
desse jeito, este ano) decepcionado. Então, agendei outro dia para deixar a
documentação, acordei cedo e, na hora de sair, percebi que não havia comprado
dois envelopes indispensáveis e feito cópias de documentos. Mais uma vez, não
deu certo.
Depois disso, uma colega de São Paulo, Luciane,
me disse ter acontecido a mesma coisa com ela, mas que a entregaram DOIS dossiês,
e não um, como no meu caso. Eles não me dizem, primeiro, que seria necessário
apresentar esse danado desse formulário e ainda me entregam o negócio
incompleto?! Bufei de raiva, mas decidi ir lá assim mesmo e tentar resolver
tudo antes do início das aulas, na segunda-feira (12).
Ao chegar à universidade e falar com a mesma menina que me
deu apenas um dossiê, conto para ela sobre minhas inquietações. Ela diz que
lamenta, mas que, realmente, o outro formulário será necessário.
- Como? Aqui diz que preciso da assinatura do meu
orientador, mas meu mestrado é profissional, ainda não tenho orientador –
replico.
- É, mas esse documento é indispensável, no caso dos
mestrados.
- Então, quer dizer que vou precisar ir até o Celsa (minha
faculdade), pegar a assinatura da diretora e depois procurar um orientador
para, só em seguida, conseguir fazer minha inscrição? (riso sacana)
- Espera um pouco... – diz ela, que chama uma pessoa para
ajudá-la. – É, para o Celsa não é mesmo necessário, desculpa.
- Ufa, que alívio.
Absurdo de caro
Depois desses contratempos, consegui fazer minha inscrição,
paguei a taxa e recebi minha carteira de estudante (foto).
E sabem de quanto foi o valor ABSURDO de minha inscrição
para um ano de estudos? Pasmem: 452,57 euros, o que dá 1.086.00 reais (1 euro
x 2,40 reais). Esse é o mesmo valor pago pelos franceses por cursos de mestrado
e, certamente, é um dos mais baixos da Europa e do mundo. Ou seja, vou fazer um
mestrado profissional (equivalente a uma especialização) na melhor faculdade de
Comunicação da França pagando a bagatela de R$ 1.086,00.
Sabem o porquê desse valor? Todas as universidades francesas
são públicas, e o Governo “banca” em torno de 10 mil euros por estudante, não
importa a nacionalidade. Além disso, vale a pena ressaltar que, no valor citado
por mim, ainda está incluída a Sécurité Sociale (Seguridade Social). A melhor
palavra para tudo isso é PE-CHIN-CHA.
Para se ter uma ideia, pesquisei quanto custaria uma
especialização semelhante na Universidade de São Paulo (USP). Simplesmente, 20
parcelas de R$ 800,00, um total de R$ 16 mil (Para não dizerem que estou mentindo: http://sites.google.com/site/gestcorpespecializacao/o-curso).
Somando-se isso aos gastos para morar em São Paulo... Bem, não preciso avançar.
Mais informações sobre os custos da educação superior
francesa podem ser encontradas aqui: http://www.bresil.campusfrance.org/node/6579.
Mais à frente, dedicarei uma postagem às despesas mensais para uma vida na
França.
OI Neto, gostei muito do seu blog, muito informativo. Eu também sou da área de comunicação e estou me organizando para fazer um Master na Franca, me identifiquei muito com esse post. Gostaria de saber qual ]e a universidade q vc esta estudando e se vc conseguiu a bolsa pelo Campus France... Estava lendo o site do Campus e me assustei um pouco coma exigência do francês, apesar de me dedicar ao idioma acho q um ano de estudos nao sera suficiente p adquirir proficiência...
ResponderExcluirValeu
Cau
Oi, Cau. Primeiro, obrigado por acompanhar o blog. :)
ResponderExcluirMinhas aulas começam na segunda-feira. Vou estudar no Celsa (www.celsa.fr), que é uma grande escola de Comunicação vinculada à Universidade Paris-Sorbonne (www.paris-sorbonne.fr). Infelizmente, não existem muitas oportunidades de bolsa para master, principalmente um professionnel. Não tenho, mas sei que é possível. Falarei um pouco sobre isso no próximo post.
Quanto ao nível de francês, para master, é isso mesmo: B2 ou C1, e as melhores cobram o segundo. É que precisamos ter um bom nível para poder fazer os trabalhos, escrever a dissertação e tal...
Uma dica: "se interna" no francês antes fazer o teste de proficiência. Também vou falar sobre isso na próxima postagem.
Espero que continue acompanhando o blog.
Abraço.