quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Finalmente, inscrito!

Após algumas tentativas mal-sucedidas, consegui, hoje, me inscrever na universidade. Pois é, não foi tão simples.

Em minha primeira tentativa, na semana passada, descobri que precisaria preencher um dossiê de primeira inscrição antes de ir à Paris-Sorbonne, mas ninguém me havia contado isso.

Maison du Cambodge, na Cité U, em Paris. Crédito: Pedro Miguel
Voltei para casa (sim, posso chamar a Maison du Cambodge [foto] desse jeito, este ano) decepcionado. Então, agendei outro dia para deixar a documentação, acordei cedo e, na hora de sair, percebi que não havia comprado dois envelopes indispensáveis e feito cópias de documentos. Mais uma vez, não deu certo.

Depois disso, uma colega de São Paulo, Luciane, me disse ter acontecido a mesma coisa com ela, mas que a entregaram DOIS dossiês, e não um, como no meu caso. Eles não me dizem, primeiro, que seria necessário apresentar esse danado desse formulário e ainda me entregam o negócio incompleto?! Bufei de raiva, mas decidi ir lá assim mesmo e tentar resolver tudo antes do início das aulas, na segunda-feira (12).

Ao chegar à universidade e falar com a mesma menina que me deu apenas um dossiê, conto para ela sobre minhas inquietações. Ela diz que lamenta, mas que, realmente, o outro formulário será necessário.

- Como? Aqui diz que preciso da assinatura do meu orientador, mas meu mestrado é profissional, ainda não tenho orientador – replico.

- É, mas esse documento é indispensável, no caso dos mestrados.

- Então, quer dizer que vou precisar ir até o Celsa (minha faculdade), pegar a assinatura da diretora e depois procurar um orientador para, só em seguida, conseguir fazer minha inscrição? (riso sacana)

- Espera um pouco... – diz ela, que chama uma pessoa para ajudá-la. – É, para o Celsa não é mesmo necessário, desculpa.

- Ufa, que alívio.

Absurdo de caro

Depois desses contratempos, consegui fazer minha inscrição, paguei a taxa e recebi minha carteira de estudante (foto).


E sabem de quanto foi o valor ABSURDO de minha inscrição para um ano de estudos? Pasmem: 452,57 euros, o que dá 1.086.00 reais (1 euro x 2,40 reais). Esse é o mesmo valor pago pelos franceses por cursos de mestrado e, certamente, é um dos mais baixos da Europa e do mundo. Ou seja, vou fazer um mestrado profissional (equivalente a uma especialização) na melhor faculdade de Comunicação da França pagando a bagatela de R$ 1.086,00.

Sabem o porquê desse valor? Todas as universidades francesas são públicas, e o Governo “banca” em torno de 10 mil euros por estudante, não importa a nacionalidade. Além disso, vale a pena ressaltar que, no valor citado por mim, ainda está incluída a Sécurité Sociale (Seguridade Social). A melhor palavra para tudo isso é PE-CHIN-CHA.

Para se ter uma ideia, pesquisei quanto custaria uma especialização semelhante na Universidade de São Paulo (USP). Simplesmente, 20 parcelas de R$ 800,00, um total de R$ 16 mil (Para não dizerem que estou mentindo: http://sites.google.com/site/gestcorpespecializacao/o-curso). Somando-se isso aos gastos para morar em São Paulo... Bem, não preciso avançar.

Mais informações sobre os custos da educação superior francesa podem ser encontradas aqui: http://www.bresil.campusfrance.org/node/6579. Mais à frente, dedicarei uma postagem às despesas mensais para uma vida na França.

2 comentários:

  1. OI Neto, gostei muito do seu blog, muito informativo. Eu também sou da área de comunicação e estou me organizando para fazer um Master na Franca, me identifiquei muito com esse post. Gostaria de saber qual ]e a universidade q vc esta estudando e se vc conseguiu a bolsa pelo Campus France... Estava lendo o site do Campus e me assustei um pouco coma exigência do francês, apesar de me dedicar ao idioma acho q um ano de estudos nao sera suficiente p adquirir proficiência...

    Valeu
    Cau

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  2. Oi, Cau. Primeiro, obrigado por acompanhar o blog. :)

    Minhas aulas começam na segunda-feira. Vou estudar no Celsa (www.celsa.fr), que é uma grande escola de Comunicação vinculada à Universidade Paris-Sorbonne (www.paris-sorbonne.fr). Infelizmente, não existem muitas oportunidades de bolsa para master, principalmente um professionnel. Não tenho, mas sei que é possível. Falarei um pouco sobre isso no próximo post.

    Quanto ao nível de francês, para master, é isso mesmo: B2 ou C1, e as melhores cobram o segundo. É que precisamos ter um bom nível para poder fazer os trabalhos, escrever a dissertação e tal...

    Uma dica: "se interna" no francês antes fazer o teste de proficiência. Também vou falar sobre isso na próxima postagem.

    Espero que continue acompanhando o blog.

    Abraço.

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